08/07/2011

"Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei e vi que todas as minhas máscaras haviam sido roubadas - as 7 máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas -
e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E, quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado gritou:
"é um louco"! Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nova...
E minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais máscaras. "Benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras"!
E assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança em minha loucura -
a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende, escraviza alguma coisa em nós".


El Louco
Khalil Gibrane,

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